O livro aborda o conceito de “Sustentabilidade” na vertente da construção numa lógica de desenvolvimento da Indústria da Construção, face aos desafios ambientais, sociais e económicos que se colocam às empresas do sector neste início de século.
Nesta publicação pretende-se desmistificar o conceito “Construção Sustentável”, que devido a maus exemplos do passado – que se espera não virem a ser repetidos no presente e no futuro –, ficou quase irremediavelmente associado à construção em que o único objectivo era a diminuição do impacte ambiental, e em que se relegava para segundo plano, para além de outros, parâmetros tão importantes como a qualidade, durabilidade e custo. Este conceito perdeu e continua a perder credibilidade, devido às constantes manobras de marketing perpetradas por algumas empresas do sector, que o associam erradamente aos seus produtos, numa lógica de maximização das vendas e dos lucros.
A Indústria da Construção é um dos sectores económicos mais importantes em Portugal. No entanto, este sector continua a basear-se excessivamente nos sistemas construtivos tradicionais e na utilização de mão-de-obra não qualificada, sendo caracterizado por uma excessiva utilização de recursos naturais e energéticos. Esta situação causa grande impacte ambiental com igual potencialidade de vir a ser minorado. Neste trabalho são identificados os impactes ambientais da construção em geral e do sector dos edifícios em particular, sendo apresentadas algumas medidas e alguns exemplos de novas tecnologias construtivas e de outras – que resultam do ressurgimento e melhoramento de tecnologias já aplicadas há milhares de anos –, cuja aplicação e desenvolvimento visam alcançar os desígnios de uma Construção cada vez mais sustentável, que assente equilibradamente nos domínios ambiental, económico e social.
No final do livro apresenta-se uma metodologia que se espera adequada à avaliação comparativa da sustentabilidade de soluções construtivas. Essa metodologia é aplicada a algumas soluções construtivas convencionais e não convencionais para pavimentos e paredes exteriores.
Espera-se que as práticas aconselhadas com vista à minoração do impacte ambiental da construção, a metodologia desenvolvida e os resultados obtidos sirvam de base aos diversos decisores da Construção, nas tomadas de decisão que potenciem a realização de edifícios cada vez mais sustentáveis.
ÍNDICE GERAL
NOVAS TECNOLOGIAS CONSTRUTIVAS COM VISTA
À SUSTENTABILIDADE DA CONSTRUÇÃO
RESUMO
ABSTRACT
ÍNDICE GERAL
ÍNDICE DE FIGURAS
ÍNDICE DE QUADROS
PARTE I
ENQUADRAMENTO DO LIVRO NO CONTEXTO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO – O IMPACTE AMBIENTAL DA CONSTRUÇÃO
CAPÍTULO 1. – FUNDAMENTAÇÃO E OBJECTIVOS
1.1. Introdução
1.2. Objectivos do livro
1.3. Organização do livro
CAPÍTULO 2. – A CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL
2.1. Enquadramento
2.2. O desenvolvimento sustentável
2.3. A construção sustentável
CAPÍTULO 3. – O IMPACTE AMBIENTAL DOS EDIFÍCIOS
3.1. Introdução
3.2. Recursos e produtos da construção
3.2.1 Energia
3.2.1.1. Enquadramento
3.2.1.2. Consumo energético nos edifícios
3.2.1.3. Práticas aconselhadas para a redução do consumo energético na manutenção do conforto
térmico dos edifícios – EDIFÍCIOS SOLARES PASSIVOS
3.2.1.4. Regulamentos energéticos em Portugal
3.2.1.5. Práticas aconselhadas para a redução do consumo energético na iluminação e electrodomésticos
3.2.1.6. Práticas aconselhadas para a redução do consumo energético na produção de água quente
3.2.1.7. Sistemas de produção doméstica de electricidade a partir de fontes renováveis
3.2.2. Matérias – Primas (materiais)
3.2.2.1. Enquadramento
3.2.2.2. Energia incorporada no material
3.2.2.3. Impacte ecológico incorporado no material
3.2.2.4. Potencial de reutilização e reciclagem
3.2.2.5. Toxidade do material
3.2.2.6. Custos económicos associados ao ciclo de vida dos materiais
3.2.3. Água
3.2.3.1. Enquadramento
3.2.3.2. Água incorporada nos materiais ou componentes de construção
3.2.3.3. Aparelhos sanitários e dispositivos de utilização mais eficiente
3.2.3.4. Recolha de água da chuva e reutilização de água
3.2.4. Produção de resíduos
3.2.4.1. Enquadramento
3.2.4.2. Medidas que potenciam a redução e a reutilização/ reciclagem dos resíduos
PARTE II
TECNOLOGIAS CONSTRUTIVAS
CAPÍTULO 4. – ENQUADRAMENTO
4.1. Introdução
4.2. Critérios para a selecção de sistemas construtivos
4.3. Entraves à entrada de novos sistemas construtivos em Portugal
4.4. Tendência na construção
4.4.1. Materiais
4.4.2. Produtos
4.4.3. Processos
4.5. Tipos de soluções construtivas
CAPÍTULO 5. – SISTEMAS CONSTRUTIVOS
5.1. Sistemas construtivos em terra
5.1.1. A evolução histórica da construção em terra
5.1.2. O material
5.1.3. Principais técnicas construtivas utilizadas actualmente
5.1.3.1. Taipa
5.1.3.2. Adobe
5.1.3.3. BTC
5.1.4. Factores limitadores
5.1.5. Vantagens e inconvenientes
5.2. Sistemas construtivos em estruturas metálicas leves (Light Gauge Steel Framing – LGSF)
5.2.1. Introdução
5.2.2. Resumo das características técnico-funcionais
5.2.2.1. Constituição
5.2.2.2. Processo construtivo
5.2.2.3. Comportamento estrutural
5.2.2.4. Comportamento térmico
5.2.2.5. Isolamento sonoro
5.2.2.6. Resistência ao fogo
5.2.2.7. Sustentabilidade ambiental
5.2.2.8. Construtibilidade, disponibilidade e custo
5.2.3. Vantagens e inconvenientes
5.3. Sistemas construtivos em betão celular autoclavado
5.3.1. Introdução
5.3.2. Resumo das características técnico-funcionais
5.3.2.1. Sistemas construtivos
5.3.2.2. Processo construtivo
5.3.2.3. Pormenores construtivos
5.3.2.4. Aspecto
5.3.2.5. Comportamento estrutural
5.3.2.6. Comportamento térmico
5.3.2.7. Isolamento sonoro
5.3.2.8. Resistência ao fogo e aos microorganismos
5.3.2.9. Durabilidade e resistência à humidade
5.3.2.10. Toxidade
5.3.2.11. Sustentabilidade ambiental
5.3.2.12. Construtibilidade, disponibilidade e custo
5.3.3. Vantagens e inconvenientes
CAPÍTULO 6. – SOLUÇÕES CONSTRUTIVAS NÃO CONVENCIONAIS PARA PAREDES EXTERIORES
6.1. Parede de Trombe
6.1.1. Introdução
6.1.2. Resumo das características técnico-funcionais
6.1.3. Vantagens e inconvenientes da parede de Trombe
6.2. Fachada ventilada
6.2.1. Introdução
6.2.2. Resumo das características técnico-funcionais
6.2.3. Vantagens inconvenientes da fachada ventilada
PARTE III
ANÁLISE COMPARATIVA DA SUSTENTABILIDADE DE SOLUÇÕES CONSTRUTIVAS PARA PAVIMENTOS E PAREDES EXTERIORES
CAPÍTULO 7. – OBJECTIVOS E METODOLOGIA ADOPTADA
7.1. Objectivos
7.2. Metodologias de avaliação e reconhecimento da sustentabilidade
7.3. Metodologia adoptada
7.3.1. Definição dos parâmetros
7.3.1.1 Parâmetros ambientais
7.3.1.2 Parâmetros funcionais
7.3.1.3 Parâmetros económicos
7.3.2 Quantificação dos parâmetros
7.3.3 Normalização dos parâmetros
7.3.4 Agregação dos parâmetros
7.3.5 Determinação da nota sustentável
7.3.6 Perfil sustentável
CAPÍTULO 8. – ANÁLISE COMPARATIVA DE SOLUÇÕES CONSTRUTIVAS PARA PAVIMENTOS
8.1. Critérios adoptados na definição das soluções construtivas
8.2. Tecnologias construtivas analisadas
8.2.1. Pavimentos aligeirados de vigotas pré-esforçadas e blocos cerâmicos de cofragem
8.2.1.1. Apresentação da tecnologia construtiva
8.2.1.2. Descrição das soluções construtivas
8.2.2. Pavimentos de estrutura contínua em laje maciça de betão armado
8.2.2.1. Apresentação da tecnologia construtiva
8.2.2.2. Descrição das soluções construtivas
8.2.3. Pavimentos de painéis alveolares prefabricados de betão pré-esforçado
8.2.3.1. Apresentação da tecnologia construtiva
8.2.3.2. Descrição das soluções construtivas
8.2.4. Pavimentos mistos com cofragem metálica colaborante
8.2.4.1. Apresentação da tecnologia construtiva
8.2.4.2. Descrição das soluções construtivas
8.2.5. Pavimentos de estrutura descontínua em madeira
8.2.5.1. Apresentação da tecnologia construtiva
8.2.5.2. Descrição das soluções construtivas
8.3. Parâmetros considerados e respectivo peso
8.4. Métodos utilizados na quantificação dos parâmetros
8.4.1. Parâmetros ambientais
8.4.2. Parâmetros funcionais
8.4.2.1. Comportamento acústico
8.4.2.2. Isolamento térmico
8.4.3. Parâmetros económicos
8.5. Resultados obtidos
8.6. Discussão dos resultados
CAPÍTULO 9. – ANÁLISE COMPARATIVA DE SOLUÇÕES CONSTRUTIVAS PARA PAREDES EXTERIORES
9.1. Critérios adoptados na definição das soluções construtivas
9.2. Tecnologias construtivas analisadas
9.2.1. Parede dupla
9.2.1.1. Apresentação da tecnologia construtiva
9.2.1.2. Descrição das soluções construtivas
9.2.2. Parede simples com isolamento contínuo pelo exterior
9.2.2.1. Apresentação da tecnologia construtiva
9.2.2.2. Descrição das soluções construtivas analisadas
9.2.3. Parede com estrutura metálica leve
9.2.3.1. Apresentação da tecnologia construtiva
9.2.3.2. Descrição da solução construtiva
9.2.4. Parede ventilada
9.2.4.1. Apresentação da tecnologia construtiva
9.2.4.2. Descrição das soluções construtivas analisadas
9.3. Parâmetros considerados e respectivo peso
9.4. Métodos utilizados na quantificação dos parâmetros
9.5. Resultados obtidos
9.6. Discussão dos resultados
PARTE IV
CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS FUTURAS
CAPÍTULO 10. – CONSIDERAÇÕES FINAIS
10.1. Conclusões
10.2. Perspectivas futuras
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Luís Bragança
É professor do Departamento de Engenharia Civil da Universidade do Minho, director do Mestrado em Construção e Reabilitação Sustentáveis e director do Laboratório de Física e Tecnologia das Construções. É autor e co-autor de mais de 200 publicações, incluindo livros, capítulos de livros, artigos em revistas e conferências nacionais e internacionais. Actualmente é Presidente da Direcção da iiSBE Portugal, coordenador da Acção Europeia COST C25 “Sustainability of Constructions”, coordenador do comité de Educação e Formação Contínua da Iniciativa Internacional para a Sustentabilidade do Ambiente Construído e coordenador do Comité Técnico TC14 “Sustainability & Eco-Efficiency of Steel Construction”. Adicionalmente, participa nos trabalhos do CEN/TC350 “Sustainability of Construction Works” e é o representante da Plataforma Tecnológica Portuguesa da Construção (PTPC) na Plataforma Europeia da Construção (ECTP).
Ricardo Mateus
É doutorado em Engenharia Civil pela Universidade do Minho, onde desempenha actualmente funções de Professor do Departamento de Engenharia Civil. Publicou duas teses direccionadas para a área de sustentabilidade e é autor de vários livros e capítulos de livros nacionais e internacionais e de mais de 40 artigos científicos no mesmo domínio. Recebeu vários prémios pelo trabalho científico e académico desenvolvido, entre os quais: Menção Honrosa no Prémio “IHRU” (2010) e Menção Honrosa no Prémio “André Jordan” (2010). É membro de várias Organizações, Equipas e Comités responsáveis pelo desenvolvimento de eventos e iniciativas no domínio da Construção Sustentável, sendo de destacar a Coordenação do Comité Técnico da iiSBE Portugal.