A aplicação de geossintéticos em obras de engenharia civil tem vindo a aumentar continuamente, bem como a variedade das suas aplicações. Como exemplos de estruturas em que estes materiais são aplicados podem referir-se: aterros reforçados, muros de suporte, taludes muito inclinados, aterros para deposição de resíduos perigosos, aterros para deposição de resíduos domésticos e industriais, estruturas de controlo de erosão e de protecção costeira.
A durabilidade dos geossintéticos constitui ainda hoje a maior limitação à aplicação destes materiais. Para minimizar esta limitação utilizam-se no dimensionamento dos geossintéticos coeficientes de redução que representam os vários agentes e mecanismos de degradação que afectam a sua durabilidade.
Ao longo dos últimos anos, as autoras verificaram que, em Portugal, existe um grande desconhecimento sobre os geossintéticos e as suas propriedades, sobre as principais funções e aplicações e sobre as normas de ensaio associadas a estes materiais. Além disso, nota-se que a comunidade técnica procura informação inteligível e actualizada em língua portuguesa, que nem sempre encontra.
Assim, é feita uma introdução geral aos geossintéticos, apresentando se os materiais, as funções que podem exercer e as principais aplicações (Capítulo 1). A crescente aplicação dos geossintéticos tem implicado um investimento significativo no estabelecimento de normas com exigências e procedimentos de ensaio, em geral, associadas às propriedades dos geossintéticos (Capítulo 2). As questões associadas à durabilidade dos geossintéticos são também apresentadas (Capítulo 3). Aqui, referem-se os principais agentes e mecanismos de degradação dos geossintéticos e as questões relativas aos polímeros mais utilizados nestes materiais; apresentam-se as metodologias de ensaio para avaliar as questões associadas à durabilidade e algumas conclusões emanadas de estudos. Finalmente, referem-se as questões relativas à danificação induzida durante a instalação (DDI) dos geossintéticos em obra, apresentando-se os principais mecanismos de danificação associados, as consequências possíveis e os factores que a influenciam, bem como as metodologias para fazer a sua avaliação (Capítulo 4).
Maria de Lurdes Lopes
Margarida Pinho Lopes