Teorias da Contabilidade

A contabilidade é essencialmente uma atividade de pensamento crítico. De facto, o especialista da disciplina está continuamente a fazer exercícios de julgamento e a emitir juízos de valor e, por isso, a sua problemática não deve ser considerada neutral, por ser influenciada pela ideologia social e pela noção de riqueza enraizada numa determinada sociedade, aspetos que tendem a influenciar o bem-estar social. Consequentemente, o posicionamento da contabilidade como um registo imparcial, refletindo a troca de valores históricos, em que o contabilista é considerado unicamente como um mero historiador financeiro, que coleta, com independência e de forma imparcial, os dados e as questões subjetivas de valor, quer em termos de custos nominais, quer em termos de custos correntes, é uma visão que a corrente interpretativa ou sociológica da contabilidade não perfilha: a contabilidade é mais do que um conjunto de anotações. A contabilidade é demasiado importante para ser deixada somente à livre gestão dos contabilistas: a contabilidade é filosofia, cultura económica e social e um elemento de transformação da sociedade. Este livro contrasta criticamente as teorias e, por isso, tem por alvo todos os estudantes que frequentam cursos superiores que incluam a disciplina de contabilidade nos seus curricula, ou seja, todas as licenciaturas de ciências empresariais, gestão, economia, contabilidade e auditoria, contabilidade e administração e outras afins bem como aos alunos que frequentam mestrados e doutoramento, em que a contabilidade seja o tema central. É recomendado ainda para todos os agentes inseridos nas relações de agência e no processo de accountability:profissionais de contabilidade, revisores oficiais de contas, auditores internos, gestores de empresas públicas e privadas, bem como aos outros quadros das organizações que participem no processo de preparação, apresentação e divulgação da informação financeiras. Por fim, este trabalho está também orientado para os consultores em ciências empresariais e para os juristas de negócios e especializados em fiscalidade empresarial, que, amiúde, têm de recorrer aos fundamentos da contabilidade para fundamentar os seus estudos, diagnósticos e pareceres.