Depois de um percurso invulgarmente rico e longo quer como académico, quer como gestor executivo de topo de empresas em diferentes setores de atividade, o autor, neste livro de síntese, expõe os seus pensamentos, reflexões e inquietudes resultantes da confrontação entre os conceitos, ferramentas e modelos analíticos que a teoria económica construiu para a gestão estratégica empresarial e a sua própria experiência ao nível decisório.
As propostas das várias teorias da gestão e os modelos de gestão estratégica sugerem, no geral, tomadas de decisão assentes em pressupostos onde as previsões têm elevada fiabilidade e o sucesso empresarial é garantido, ou pelo menos se consegue a tão desejada vantagem competitiva. Esta ilusão de controlo, ao ignorar a imprevisibilidade na evolução dos mercados e a existência de períodos de alterações radicais no ambiente de negócios, pode facilitar trajetórias com desfechos desastrosos. Os níveis de incerteza e a complexidade das decisões de gestão são cada vez mais frequentes, alterando drasticamente em alguns casos o espaço e as características das relações mercantis.
Neste livro, numa linguagem simples, mas rigorosa, o autor, refletindo toda a sua experiência profissional, propõe uma nova forma de pensar os problemas da gestão estratégica, baseada na teoria dos sistemas complexos.
Académicos e profissionais poderão encontrar na leitura deste livro respostas para muitas das interrogações e dos desafios que o atual contexto económico impõe a nível empresarial.
«Apesar de, como economistas, termos de utilizar os instrumentos ao nosso dispor, é fundamental estarmos conscientes da fragilidade desses instrumentos face à complexidade dos fenómenos sociais. A reflexão sobre as minhas experiências profissionais, tanto na academia como nas empresas, e sobretudo a interação entre ambas conduziram-me, enquanto economista, a um conjunto de inquietudes, que tento partilhar neste livro. (...)
De acordo com o conhecimento disponível, a investigação que julgo melhor posicionar-se como alternativa à atual economia das organizações centra-se na utilização das ciências da complexidade, complementada com algumas das abordagens da teoria da empresa e da economia comportamental. Tal poderá conduzir a novas propostas no âmbito da economia das organizações, visando ajudar a compreender os fenómenos económicos de forma mais ampla, ou seja, numa perspetiva holística. É esta a mensagem que pretendo transmitir com este livro.»
Aníbal Santos
In Preâmbulo
Aníbal Santos
Professor do Departamento de Economia da Universidade Católica Portuguesa (UCP), tendo sido o seu coordenador e também membro do Conselho Superior da UCP entre 1986 e 1991. É licenciado em Finanças e doutor em Economia. Orientador e arguente de doutoramentos e mestrados. Foi administrador, presidente ou membro do conselho consultivo de empresas dos setores do gás, construção civil, água, saneamento e resíduos sólidos, transporte de eletricidade e gás natural e telecomunicações. Foi diretor-geral do Gabinete para os Assuntos Comunitários do Ministério da Indústria e Energia, diretor-geral do Instituto da Formação Bancária e presidente do Instituto Superior de Gestão Bancária. É atualmente consultor económico privado.