A prestação de cuidados de saúde a idosos é cada vez mais significativa na globalidade da atividade clínica em Portugal, quer em consultas quer em internamentos hospitalares: mais de 20% da população portuguesa tem mais de 65 anos e, neste grupo, é cada vez maior o número de indivíduos com idade superior a 85 anos.
O modelo de gestão da doença única, que explica a sintomatologia do doente e o tratamento de cada doença isoladamente, de acordo com as orientações clínicas de cada especialidade, pode, no caso dos doentes idosos, com défices homeostáticos, multimorbilidades, sintomas atípicos e síndromes geriátricas impossibilitar uma abordagem global e levar facilmente a diagnósticos e tratamentos excessivos ou desadequados.
Desta forma, é evidente que a formação dos profissionais de saúde deve ser orientada para uma gestão integrada de síndromes geriátricas (fragilidade, dor crónica, incontinência urinária, doenças da próstata, demência, delírio, tremor e doença de Parkinson, tonturas e vertigens, quedas, insuficiência cardíaca, doença pulmonar obstrutiva crónica, osteoporose, lombalgias, etc.), das doenças crónicas e das multipatologias, que caracterizam significativamente a nova realidade da medicina contemporânea.
Temas em Geriatria Clínica, obra escrita por especialistas de várias áreas, destina-se a médicos de Medicina Geral e Familiar e aos profissionais de saúde que, no seu dia a dia, lidam com a população idosa, com as mais diversas situações clínicas.
Manuel Oliveira Carrageta
Especialista em Medicina Interna, Cardiologia, Farmacologia Clínica e Competência em Geriatria; Presidente da Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia; Coordenador Científico do Observatório do Envelhecimento e da Natalidade em Portugal; Perito da International Federation of Ageing; Presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia; Presidente do Instituto de Cardiologia Preventiva de Almada.