Esta agenda/livro a 13ª surge, depois de um ano de interregno, alinhada com a nova coleção de livros da autora Paisagens comestíveis onde se destaca e se valoriza a flora espontânea, vindo em sua defesa, alertando para o perigo do uso de herbicidas no combate a estas plantas que afinal são comestíveis, medicinais, atraem polinizadores, melhoram a qualidade dos solos, previnem a erosão e promovem a biodiversidade.
Nesta agenda são destacadas 53 plantas incluindo algumas árvores como o pinheiro que consegue brotar nas rochas, o rícino que perfura o alcatrão ou a alfarrobeira que é um verdadeiro exemplo de resistência e tão interessante do ponto de vista culinário e terapêutico.
A escolha das espécies teve como fio condutor a sua teimosia, insubmissão e resiliência crescendo nos locais mais improváveis, nas fissuras das paredes, em fábricas abandonadas, nas bermas das estradas e entre as pedras das calçadas. Elas surgem com um propósito e uma missão: adaptar-se e sobreviver. E nós, humanos, que lhes devemos a vida, só beneficiaríamos se lhe devotássemos mais tempo e atenção, empatia e gratidão. Aprender com as plantas a importância da resistência.
Fernanda Botelho
Fernanda Botelho estudou plantas medicinais na Scottish School of Herbal Medicine. Viveu 17 anos em Inglaterra onde fez formações em Botânica, Fitoterapia, Aromaterapia e Pedagogia. Trabalhou vários anos na Neal’s Yard Remedies em Londres. Tem o curso de guia de jardim Botânico da Universidade de Lisboa. É autora de uma coleção de livros infantis: Salada de Flores, Sementes à Solta e Hortas Aromáticas. Publica anualmente, desde 2010, uma agenda de plantas medicinais e escreveu Uma Mão Cheia de Plantas que Curam e As Plantas e a Saúde. Organiza passeios e workshops de reconhecimento de plantas a convite de várias associações, escolas e municípios. Participa em blogues e revistas e é convidada regular da RTP. Gosta de fotografar, escrever e comunicar.