Este segundo tomo da "Patologia Clínica para Técnicos", sob o título "Química Clínica", retoma a orientação geral do primeiro tomo consagrado à Bacteriologia.
Procurou-se, numa linguagem acessível ao estudante com cultura médica em formação criar um nexo entre anatomia, fisiologia e patologia. A prevenção e a terapêutica são secundarizadas.
Os resumos permitem uma eventual iniciação, além de uma revisão célere. Perguntas e respostas abordam temas essenciais ou tópicos que alguns dos leitores provavelmente desejariam aprofundar ou questões que benefeciam com uma exposição melhor sistematizada. Os diversos sectores da Patologia Clínica foram subordinados a uma perspectiva laboratorial e por isso mereceram maior desenvolvimento os sistemas orgânicos em que o diagnóstico das anomalias, assim como o controlo do tratamento, dependem em parte substancial da informação laboratorial.
O estudante que queira alargar os seus conhecimentos é encaminhado para as fontes bibliográficas referenciadas, sem prejuízo de uma consulta a outros tratados.
Dois aspectos merecem ser sublinhados:
Por um lado a multidão de compostos proteicos, desconhecidos há alguns anos, mas de funções hoje bem definidas e vitais, que se multiplicaram nos livros de química, compostos que ainda só raros laboratórios doseiam e que, talvez por isso, a clínica não integrou na sua prática.
Em segundo lugar a aplicação das novas tecnologias - moleculares sobretudo, incluindo a nanotecnologia - na origem de uma explosão de novos meios de diagnóstico em animais e humanos. Alguns não resistirão à prova da experiência, mas não se pode negar que a actual química rotineira está condenada a sofrer uma espectacular viragem.
Mário M. Pádua