Nos países subdesenvolvidos, muitos partos são realizados em casa, sem condições mínimas de higiene, seja com a ajuda de um membro
da família ou por parteiras não treinadas. Camama, uma comuna na província de Luanda, com 350 mil habitantes, só tinha uma única
instituição de saúde até 2005. Os partos eram realizados no hospital Municipal que fica a 10 quilómetros da comuna.
Em 2008 abriu-se um hospital adicional e em 2011 quatro centros de saúde. Embora estes tenham a capacidade de oferecer cuidados
obstétricos básicos de emergência para 10 a 20 mulheres e o hospital, cuidados obstétricos completos de emergência com capacidade para 40
partos por dia, o número de partos domiciliares continua preocupante.
De acordo com o relatório anual do município, de Dezembro de 2012 a Janeiro de 2013, verificou-se que, de um total de 4.235 nascimentos
registrados na comuna de Camama, apenas 2.293 (54,2%) foram partos institucionais e que 1942 (45,8%) partos realizados em casa, demonstrando uma prevalência muito alta de partos domiciliares, apesar dos novos serviços de saúde postos à disposição da população. O objectivo deste estudo foi avaliar os factores associados à entrega em domicílio em bairros da comuna de Camama a partir de Dezembro de 2013 a Janeiro de 2014.
A metodologia usada concentrou-se num estudo de “Caso-Controlo” pareado em idade 1:2, no qual o caso foi definido como todas as mulheres
que deram à luz em casa durante o período de estudo e o controlo como todas as mulheres que deram à luz em uma das unidades de
saúde seleccionadas de Camama, no mesmo período em que o caso pudesse ser pareado em idade. A técnica de amostragem multi-fase
foi utilizada para seleccionar os participantes do estudo. Realizou-se um estudo de caso-controlo 1:2 pareado em idade com o fim de avaliar factores associados a partos realizados fora de instituições sanitárias em bairros da comuna de Camama de Dezembro de 2013 a Janeiro de 2014.
Epígrafe
Dedicatória
Agradecimentos
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I – NOÇÕES SOBRE A SAÚDE MATERNO-INFANTIL
1.1 Mortalidade materna em Angola
1.2 O Município de Belas e a sua rede sanitária
1.3 Situação anterior do bairro Camama
1.4 Técnicas de amostragem
CAPÍTULO II – CONCEITOS BÁSICOS
2.1 Parto
2.2 Caso
2.3 Parto domiciliar
2.4 Idade
2.5 Estado civil
2.6 Etnia
2.7 Nível de escolaridade
2.8 Número de consultas pré-natal
2.9 Nível económico
2.10 Bairro
2.11 Ocupação
2.12 Razões para os partos domiciliares
2.13 Critérios de inclusão
2.14 Critério de exclusão
CAPÍTULO III – ESTUDOS ANTERIORES SOBRE FACTORES E CAUSAS ASSOCIADAS AOS PARTOS DOMICILIADOS
CAPÍTULO IV – CARACTERÍSTICAS DE MULHERES QUE REALIZARAM PARTOS DOMICILIARES
4.1 Descrição do estudo
4.2 Características sociodemográficas das puérperas
4.3 Local de residência das puérperas do estudo
4.4 Características obstétricas das puérperas
4.5 Razões para parto domiciliar referidas pelos Casos
4.6 Factores associados aos partos domiciliares
4.6.1 Análise Univariada
4.6.2 Análise Multivariada
4.7 Factores sociodemográficos
4.7.1 Características obstétricas das puérperas
4.7.2 Causas de partos domiciliares
Conclusão
Bibliografia
Glossário
Domingos Quiala Cristóvão nasceu a 1 de Maio de 1963, na aldeia de Zala, município de Quiculungo, província do Cuanza Norte. Licenciado em medicina pela Universidade da Crimeia, República Federativa da Rússia, em 1996, onde posteriormente, em 2000, se especializou em Ginecologia e Obstetrícia. Tem Mestrado em Administração e Gestão de Saúde, pela Universidade Privada de Angola (UPRA) (2014) e Doutoramento em Saúde Pública pela Universidade de Ciências Empresariais e Sociais de Buenos Aires, Argentina (2018). Fez estudos de pós-graduação em Gestão de Doenças Infecciosas nas Comunidades Remotas, pela Universidade de Meyo da Okunawa, Japão; em Assistência Integrada às Doenças de Infância (AIDI), pelo Instituto de Medicina Tropical de Pernambuco (IMIP), Recife, Brasil e em Conferências Internacionais de Dengue, Febre Amarela, Chikungunya e Malária, no Instituto de Medicina Tropical, Pedro Kouri, em Avana, Cuba. Foi sucessivamente Director Municipal de Saúde dos municípios de Kilamba Kiaxi (2006 a 2010) e de Belas (2011 a 2015); Director Provincial de Saúde do Cuanza Norte (2016 a 2017); e Chefe Provincial de Emergências Médicas de Luanda (2005 a 2009). Actualmente, além de exercer a profissão médica, é docente universitário do Instituto Superior Politécnico Atlântida (ISP-Atlântida) e da Universidade Privada de Angola (UPRA) e Director do Gabinete da Bastonária da Ordem dos Médicos de Angola.