Para Uma Morte Mais Humana - Experiência de uma Unidade Hospitalar de Cuidados Paliativos

Os cuidados paliativos são, segundo a bonita fórmula da Dra Thérèse Vanier, «o que ainda falta fazer quando se acredita que já não há mais nada a fazer». Para os doentes em fase terminal, o tempo que têm para viver deve ser, não o mais longo possível, mas da melhor qualidade possível. A nossa missão é portanto aliviar o doente das suas dores e de todos os sintomas que apresenta, na maior serenidade possível, rodeado dos seus entes queridos. É esse o objectivo das unidades de cuidados paliativos (UCP), serviços hospitalares específicos dotados de pessoal especializado trabalhando em espaços adaptados. A primeira UCP foi aberta em França, por iniciativa do Dr Abiven, no Hospital Internacional da Universidade de Paris (que agora tem o nome de Instituto mutualista Montsouris). Apoiando-se na experiência do funcionamento desse serviço, o Dr Abiven e a sua equipa definem nesta obra a natureza dos cuidados paliativos, descrevem as suas componentes médicas, psicológicas, sociais e mostram os seus aspectos humanos, nomeadamente na relação com as famílias. Em proveito do corpo médico e de enfermagem, propõem estratégias, grelhas de avaliação terapêutica e extraem da sua experiência recomendações preciosas para profissionais que desejam abrir tais serviços. Preocupados em evitar demasiado jargão médico, esta obra, pelos numerosos casos que apresenta, cativará os prestadores de cuidados e as famílias que se interrogam sobre os meios mais adequados para tomar a cargo, nos dias de hoje, os doentes na proximidade da morte. O Dr Maurice Abiven foi chefe de serviço de Medicina no Hospital Internacional, e a partir de 1987, dirigiu a UCP desse hospital até 1990. A equipa com a qual redigiu esta obra é composta pelo Dr Yves Camberlein (que dirige hoje a UCP), Anne-Marie Carlier (enfermeira), Marie de Hennezel (psicóloga), Marie-Alice du Jeu (responsável pelos voluntários) e Marie-Hélène Shanahan (Enfermeira chefe). O Dr Abiven foi presidente da Sociedade francesa de acompanhamento e cuidados paliativos de 1990 até 1993. É actualmente Presidente emérito.