Este livro remete-nos para a recuperação de “estados de alma” que acompanham este “desgraçado” reino de Portugal há já muitos anos e que foram, felizmente, retratados por um dos nossos mais geniais escritores. Como se poderá ler, com o prazer que a leitura de Queiroz, mesmo na flor da sua condição de escritor, fatalmente proporciona, o fado não é de agora e tanto os estímulos como as respostas aos inúmeros problemas financeiros do nosso país já ecoaram na comunicação social há largas gerações atrás. Lendo e relendo Eça de Queiroz nas longínquas páginas do «Distrito de Évora» apetece dizer que os portugueses não aprendem com os erros. Fica, todavia, a certeza de que os exercícios de cidadania não são nem apanágio nem exclusivo dos tempos de hoje: se o grande José Maria fosse vivo nos nossos dias decerto que escreveria as mesmas ideias que aqui vão expressas… e esse facto tem um valor incalculável para nós!
Eça de Queirós