A integração dos contributos da ciência económica e da economia das convenções conduziu a uma medida de competência individual, que é essencialmente o resultado da avaliação que é realizada pela hierarquia directa. Esta escolha confere uma originalidade particular aos dados recolhidos na investigação que aqui é apresentada. As competências avaliadas foram a seguir integradas na análise para responder à seguinte questão: as empresas estão dispostas a valorizar as competências de que necessitam? E os resultados são surpreendentes.
Certos bancos constituem exemplos originais de evolução das políticas salariais ainda que com contornos imprecisos. Nesses bancos, as competências representam uma determinante das remunerações, mas a antiguidade assume ainda uma relevância crucial.
As competências são mais determinantes na partilha dos lucros. Aparecem fundamentalmente associadas à personalização e à reversibilidade do rendimento salarial.
Este é um livro que convida o leitor a reflectir sobre as regras salariais através das quais as empresas procuram conjugar os constrangimentos institucionais com a necessidade de (re)inventar formas de incentivo. As práticas concretas são, todavia, ilustrativas de uma transição sem ruptura, evidenciando as razões que impedem as empresas de praticar uma remuneração baseada em competências.
Fátima Suleman é Doutorada em Economia pelo ISCTE e pela Universidade de Bourgogne, Dijon – em França. Actualmente é professora do Departamento de Economia do ISCTE, coordenadora do Mestrado em Políticas de Desenvolvimento dos recursos Humanos e investigadora do DINÂMIA. Desde 1991 o seu trabalho de investigação tem versado a temática das competências, com ênfase na sua relação com o estudo das necessidades de formação do mercado de trabalho. Foi coordenadora do projecto Evolução das Qualificações e Diagnóstico de Necessidades de Formação, no antigo INOFOR. Mais recentemente, a sua investigação situa-se no cruzamento da economia da educação e da economia dos recursos humanos, procurando equacionar o “valor” da competência no quadro das políticas salariais das empresas.
Fátima Suleman