Ir a um jogo de futebol é como ir a uma missa pagã: rezamos fervorosamente, imploramos aos deuses (as modernas estrelas do futebol), partilhamos a empatia da presença através de múltiplas maneiras (as claques são o exemplo mais flagrante), esperamos que o sacerdote (o árbitro) seja convincente. E regularmente voltamos ao templo para revigorar a nossa fé e aí deixar as nossas preces generosas para que vença o nosso clube, o nosso deus colectivo. Tristezas, fragilidades e medos ficam atenuados se as nossas equipas ganham. Se não ganham, sabemos que ganharão um dia. Uma fé inabalável, que a magia, boa ou má, dos treinadores (os grandes curandeiros do ritual), alimenta em permanência. Mas não só: existem outras veredas temáticas e analíticas a explorar, como revelam os textos de Salomé Marivoet (Portugal), Marcelo Bittencourt, Victor Andrade de Melo e Marcel Tonini (os três do Brasil), todos de uma imensa riqueza.
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