Do Prefácio de Pedro Passos Coelho:
“Estamos em Portugal, portanto, ainda na ressaca desses modelos económicos mais voluntaristas, assentes no crescimento do consumo sem acumulação de poupança interna, e na erosão do investimento reprodutivo em setores transacionáveis e competitivos, que foi cedendo lugar durante quase duas décadas a uma alocação de recursos mais deficiente, traduzida em investimentos de mais fraca qualidade nos setores protegidos da economia, acumulando rendas e ineficiências várias. A realidade que Lim Hwee Hua nos traz é predominantemente diferente. Merece ser lida com atenção e estudada. Sem querer discutir os méritos das experiências mais retratadas nos exemplos que nos são trazidos pelo livro, é indiscutível que as economias asiáticas têm mostrado resultados significativos em matéria de crescimento e também de desenvolvimento. É hoje consensual a observação de que os mercados emergentes viveram, neste novo século, uma experiência muito diferente da nossa em face das crises financeiras que trouxeram crises económicas e sociais mais fortes às economias mais desenvolvidas. A capacidade destas para crescer permanece muito baixa, enquanto países como a China, por exemplo, mesmo no abrandamento económico que estão a sentir, continuam a crescer a um ritmo muito mais forte do que a esmagadora maioria dos países europeus ou latino-americanos.”
Lim Hwee Hua
Lim Hwee Hua foi Ministra Adjunta das Finanças e dos Transportes de Singapura em 2011. No exercício dessas funções, protagonizou vários papéis governamentais em empresas. Antes de desempenhar este cargo político, trabalhou, durante 15 anos, na área dos serviços financeiros e na gestão de investimentos, na Temasek Holdings, na Jardine Fleming e no Swiss Bank Corporation. Depois de deixar a vida política exerceu funções de consultadoria na Kohlberg Kravis Roberts (KKR). Possui um MA e um BA em Matemática/ Engenharia pela Universidade de Cambridge e um MBA pela Anderson School of Management da Universidade da Califórnia, em Los Angeles.