Na série aqui recolhida subimos ao alto para vislumbrar o correr do rio e aproximamo-nos dos cestos plenos de uvas, a descer as encostas; passeamos entre pipos prontos para partir no cais.
Rasgam-se os montes para passar o rio em tapete serpenteado, capaz de romper as desventuras do caminho. A aparente monotonia dos desenhos das leiras de terra e das curvas dos vinhedos permite não nos distrairmos da essencial beleza que acompanha o rio e é com ele o Douro.
O fotógrafo Teófilo Rego mantém a melodia e o mito do Douro, na subtileza da sua câmara. O que a natureza oferece mergulhou na mente humana, passou no ângulo do artista, mereceu o longo trabalho do requinte até nos embriagar. Desde as vinhas alcantiladas em cadente passo até ao mosto aromático este álbum aponta um itinerário.
Entremos na frágil embarcação das paisagens evocadas porque ao perder o olhar sobre as margens reconhecemos o sítio convergente deste passeio: o Douro.