“Uma formulação “estável” de uma tinta pode conter até 20 ou mais componentes diferentes que não existem (ou se comportam) independentemente, mas interagem uns com os outros. De um outro ponto de vista as diferentes tintas são geralmente componentes de um esquema de pintura que pode ser constituído por uma camada, primário e tinta de acabamento em simultâneo, ou até seis camadas distintas como às vezes ocorre na indústria automóvel. Estes produtos diferentes que constituem cada uma das demãos do esquema de pintura não se comportam independentemente uns dos outros; cada demão tem um papel específico a cumprir mas a forma como o faz é determinado, também, pela forma como interage com as outras demãos de tinta. Finalmente os esquemas de pintura são aplicados em produtos finais: carros, casas, embalagens, barcos, aviões, equipamentos domésticos, etc. e a beleza e comportamento destes produtos finais é, em larga medida, determinado pelo comportamento das tintas. Assim, as tintas podem ser vistas de muitas maneiras diferentes: como materiais complexos, como componentes de esquemas de pintura e pelo papel que desempenham no comportamento dos produtos onde são aplicadas.” …
“A tecnologia das tintas envolve muitas disciplinas, desde a física e a química até à química dos polímeros, à física dos fenómenos de superfície e engenharia de materiais. Um químico que trabalhe para um produtor de matérias-primas pode ter conhecimentos de polímeros e fenómenos de superfície mas não estará familiarizado com a forma de melhor combinar essas matérias-primas de modo a obter as características desejadas para uma dada tinta. Um químico que trabalhe para um fabricante de tintas sabe como formular mas, muito provavelmente, não tem conhecimentos de polímeros, de propriedades mecânicas e de mecanismos de falha. Os projectistas e os engenheiros das empresas aplicadoras têm a responsabilidade de seleccionar tintas e esquemas de pintura mas provavelmente não estão familiarizados com formulação de tintas e seu comportamento.”…
“As tintas são materiais complexos e se queremos compreendê-las e entender a melhor forma de as utilizar é necessário usarmos algum do nosso tempo para estudarmos e compreendermos estas relações atrás descritas.”
Volume 1
- Glossário dos termos técnicos
Capítulo 1 - Introdução
- Breve História da Indústria. O futuro.
Capítulo 2 - O que é uma tinta? O que é um verniz? Seus constituintes principais
- Pigmentos. Cargas. Veículo fixo. Resinas. Solventes e diluentes. Teor de COV’s - Compostos Orgânicos Voláteis. Aditivos.
Capítulo 3 - Corrosão
- Porquê Pintar. Protecção contra a corrosão. Corrosão dos metais. Corrosão do betão e cimento. Corrosão da madeira.
Volume 2
Capítulo 4 - Preparação de superficies
Introdução. Preparação das superfícies de ferro e aço. Preparação das superfícies em aço galvanizado. Preparação das superfícies de alvenaria. Preparação de pavimentos em betão para pintura. Preparação das superfícies de madeira.
Capítulo 5 - Escolha do sistema de pintura
Sistemas e esquemas de pintura. Escolha de um sistema de pintura. Diagramas de esquemas de pintura e preparações de superfície respectivas. Sistemas de pintura mais utilizados e suas características principais. Aspectos económicos.
Capítulo 6 - Casos de estudos. Tintas funcionais
Recuperação de estruturas em betão danificadas. A pintura do exterior de edifícios novos e a recuperação do exterior de edifícios antigos. Produtos de base solvente versus produtos de base aquosa. Critérios de formulação de produtos - Interior versus Exterior. Protecção passiva contra o fogo.Capítulo 7 - Inspecção
Controlo à recepção. Preparação da superfície. Condições ambientais. Inspecção da tinta na lata. Preparação da tinta para aplicação. Espessura. Pot-life. Repintura. Programa de aplicação de um esquema de pintura. Patologias.
Volume 3
Capítulo 8 – Projecto de desenvolvimento de uma formulação orientativa
- Introdução. Módulo de Projecto. Módulo de I/D.
Capítulo 9 – Fabricação do protótipo
- Introdução. Dispersor. Moinho de Bolas. “Atritor” de Esferas de Vidro. Moinho de areia ou micro - esferas de vidro, de cuba vertical. Moinho de micro - esferas de cuba horizontal. Tricilindrica. Os Misturadores. Formulação de pastas de moagem. Segurança durante o fabrico.
Capítulo 10 - A Cor
- A importância da cor. A luz e as fontes luminosas. Os sistemas de especificação da cor. A formulação de cores na indústria.
Capítulo 11 – Ensaios iniciais; controlo de qualidade e melhorias contínuas
Capítulo 12 – Ensaios de campo. Documentação técnica
José Luís Nogueira nasceu em 1944 e concluiu a parte escolar da licenciatura em Engenharia Química pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto em 1969.
Assumiu no mesmo ano a responsabilidade pelo Laboratório de Investigação e Desenvolvimento da Corporação Industrial do Norte, SA - Tintas CIN.
Em 1976 foi promovido a Director de Investigação e Desenvolvimento e Qualidade da empresa.
Em 1991, com a constituição do grupo CIN, passou a assumir, e mantém até ao presente, essa Direcção para todo o Grupo.
É, desde 1983, o representante da CIN no Nova Paint Club e foi o Chairman do Co-ordinating Technical Committee desse clube desde 2001 até 2003. Foi, desde 1989 até 2000, membro, em representação da CIN, do Comité Técnico do CRGI - Coatings Research Group, Inc. com sede em Cleveland nos USA e é membro desde 2000 até ao presente do Board of Directors dessa associação.
Em representação da CIN participou em inúmeras reuniões nacionais e internacionais tendo sido parte activa com a apresentação de comunicações em muitas delas. Foi autor e co-autor de mais de uma dezena de artigos publicados em revistas nacionais e internacionais e co-autor de duas patentes submetidas pela empresa.
Tem tido uma actividade docente significativa tendo colaborado:
- nas aulas da cadeira "Materiais não -estruturais" dos cursos de Mestrado em Construção de Edifícios organizados pelo Gabinete de Construções Civis da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto em 1985/1986, 1987/1988 e 1990/1991.
- no Curso Especializado do Mestrado em Química, organizado pela Faculdade de Ciências do Porto – Departamento de Química em 1992.
- no Curso de Pós Graduação em Design de Equipamento e Produtos organizado pela Fundação Gomes Teixeira da Universidade do Porto (Comissão Promotora do Instituto de Design da Universidade do Porto) em 1992.
- no Curso de Especialização em Novas Tecnologias de Tratamento de Superfícies e Revestimentos organizado pelo INETI – Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial em 1993.
- nas aulas da cadeira de Corrosão e Protecção de Materiais dos Cursos de Engenharia de Materiais e Engenharia Química da Universidade de Aveiro nos anos lectivos de 2003/2004 e 2004/2005.
A sua relação com as Universidades não se ficou pela colaboração docente. Iniciou em 1999 uma experiência de organização de parcerias CIN/Universidade em torno de projectos de IDI – Investigação, Desenvolvimento e Inovação. Essa colaboração está hoje perfeitamente sedimentada com a constituição da “RCP – Associação Rede de Competência em Polímeros” da qual é membro da respectiva Direcção. Essa associação tem como membros diversas empresas, entre elas a CIN, e duas Universidades – U.P. e U. A. - representadas através da FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e do CICECO – Centro de Investigação em Materiais Cerâmicos e Compósitos da Universidade de Aveiro.
Como seria de esperar o livro que agora se publica apareceu como uma consequência lógica da experiência profissional e da actividade docente a que o autor se dedicou.