Este livro apresenta uma investigação que versa sobre diversos modos de relação entre jovens do 3.º ciclo da escolaridade obrigatória e museus de arte contemporânea. Através de quatro estudos de casos, foi possível verificar que os jovens reclamam por práticas mais participativas do que aquelas que tradicionalmente a escola e os museus lhes oferecem. O cumprimento do currículo e as imposições programáticas dos museus constituem constrangimentos à criação de relações pedagógicas entre museus e escolas. Além disso, a legitimidade para ensinar está ainda muito centrada na figura docente ou de quem dinamiza as visitas nos museus, enquanto aos estudantes é atribuído um papel essencialmente subordinado.
É a escola que aprende com o museu, sendo muito raramente criadas oportunidades para que o museu aprenda também com a escola. Contudo, a forma como as professoras e as educadoras de museu encaram o conhecimento, a aprendizagem e a arte contemporânea é determinante para o modo como os estudantes aprendem. Se aos jovens for dado um espaço participativo e de autoria na relação com o museu, isso permitirá a criação de propostas alternativas às macronarrativas, sejam estas provenientes dos museus ou mesmo da própria escola tradicional que perpetua a ordem social.
No caso da investigação que aqui se expõe, foram as propostas alternativas concebidas pelos jovens que lhes proporcionaram a realização de aprendizagens dotadas de sentido.
É doutorada em Artes e Educação pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Barcelona, mestre em Museologia e Património pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e licenciada em Design de Comunicação pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Professora no ensino básico e secundário, desde 1998, e no ensino superior (2002 e 2016), é formadora de professoras e membro da direção da APECV – Associação de Professores de Expressão e Comunicação Visual. Tem organizado encontros científicos em instituições de referência. É investigadora do CIEBA - Centro de Investigação e de Estudos em Belas Artes. Tem publicado artigos e apresentado comunicações em congressos sobre a temática educativa e o acesso do público escolar à arte. Tem sido convidada para integrar conselhos científicos de revistas e de congressos. Em 2018 fundou a Arte Central, um projeto que nasceu para levar a educação artística a todas as pessoas e cresceu a instigar a relação entre as escolas e as instituições culturais, sob uma perspetiva construtivista e de luta contra a discriminação e a desigualdade. A Arte Central é membro da InSEA – International Society for Education Through Art – e da WAAE - World Alliance for Arts Education.