O fenómeno da moda, a identidade e a memória – que nos ajuda a refazer a história do traje a partir do momento em que a palavra moda ganha uma nova vida no séc. XVIII – são centrais neste livro. De que modo o vestuário contribui para a identidade individual? O que é a moda? Em que medida ela é um facto social? Como pode ser compreendida no contexto das relações sociais? Porque razão as pessoas se vestem como vestem? Qual a natureza social que se fixa no corpo e se realiza através dele?rnEstas e outras perguntas orientam a observação do papel sociocultural da moda nas sociedades actuais, nomeadamente na sociedade portuguesa, onde um movimento de moda emergiu após a revolução de 25 de Abril de 1974. Trinta anos depois, a moda em Portugal pode – e deve – ser estudada, dispõe de várias frentes de criação, conta com um público que tem um conhecimento mais alargado sobre os criadores de moda e, de uma forma geral, sobre a linguagem do vestuário e o seu papel na interacção com a sociedade envolvente.
Cristina L. Duarte (Lisboa, 1961)
Licenciada em Sociologia pela Universidade Nova de Lisboa, a autora tem dedicado uma atenção profunda e persistente aos acontecimentos relacionados com a moda em Portugal. Começou por leccionar entre 1987 e 1989 as disciplinas de Sociologia da Moda e Traje Regional Português, desenvolvendo uma intensa actividade como jornalista e produtora de moda em publicações como Blitz, O Independente, Expresso, Visão, Ler, Público, Atlantis, Elle, Vogue - e noutros títulos já extintos, como os semanários Se7e, Face, ou a revista Ícon. Os seus livros publicados anteriormente, Ana Salazar - Uma Biografia Ilustrada (Lisboa, Temas e Debates, 2002) e 15 Histórias de Hábitos - Criadores de Moda em Portugal (Lisboa, Quimera, 2003), são um reflexo da sua observação sobre o fenómeno da moda de autor.
Assinou crónicas radiofónicas e trabalhou como estilista de imagem - para o magazine cultural Pop-Off (RTP 2) em 1992/93 - mas sobretudo, como guionista, tendo sido responsável pela edição de textos para várias emissões televisivas. Entre 1998 e 2000 foi responsável pela comunicação do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) e, posteriormente, desenvolveu outros projectos na área da divulgação institucional. Em 2001, co-fundou com Jorge P. Pires a empresa A Ventura Humana - Comunicação, Audiovisual e Multimedia, vocacionada para a concepção, produção e edição de conteúdos multimédia e audiovisuais de matriz cultural.