"A génese das microfinanças diz que elas foram criadas como instrumento de inclusão, oferecendo serviços financeiros aos excluídos do sistema bancário clássico, porque não podem oferecer garantias físicas ou residem em zonas remotas desprovidas dos serviços financeiros. Na avaliação das instituições de microfinanças, a prioridade, nos anos noventa foi para a sua sustentabilidade financeira. Para isso, os instrumentos de análise financeira foram adaptados e concebidos para atender às especificidades próprias da sua actividade. No entanto, hoje as instituições de microfinanças são muitas vezes questionadas sobre a população realmente abrangida; se os produtos e serviços fornecidos por estas instituições são adaptáveis às necessidades da população alvo; se as acções dessas instituições reforçam o capital político e social dos seus clientes; e se estas instituições assumem a responsabilidade social em relação aos clientes e a comunidade. O livro/pesquisa analisa a performance social das instituições de microfinanças enquanto que instrumento da estratégia de erradicação da pobreza nos países em desenvolvimento, caso Moçambicano. Com base numa pesquisa bibliográfica e estudo de caso, recorrendo ao modelo Social Performance Indicators (SPI), desenvolvido pela CERISE atinente à avaliação do desempenho social das instituições de microfinanças, foi feita a análise dos dados empíricos. Aplicando o modelo SPI, constatou-se que o desempenho social não é odeterminante da indústria microfinanceira que actua no mercado moçambicano, pois que das instituições de microfinanças analisadas, apenas duas, apresentam um desempenho social aproximado às médias internacionais."
José A. Tomo Psico