O que têm em comum computadores, células e cérebros? Os computadores são dispositivos eletrónicos concebidos pelos seres humanos; as células entidades biológicas criadas pela evolução; os cérebros os recipientes e os criadores das nossas mentes. Todos são, de uma forma ou outra, dispositivos de processamento de informação, que resultam dos padrões de crescimento exponencial que caracterizam não só os seres vivos mas também muitos desenvolvimentos tecnológicos.
O poder do cérebro humano é, até à data, inigualado por qualquer máquina ou ser vivo conhecidos. Aperfeiçoado pela evolução, o mais poderoso algoritmo de sempre, durante milhões de anos, esse cérebro permitiu-nos desenvolver ferramentas e tecnologias que nos simplificam a vida, e até nos permitiu desenvolver computadores quase tão poderosos como ele próprio. Poderemos, em breve, ter a capacidade de criar mentes digitais, tornadas possíveis pelos desenvolvimentos das áreas da electrónica, computação, física e biologia.
Será o cérebro humano o único sistema capaz de albergar uma mente inteligente?
Se não for, que caminho teremos de percorrer até termos mentes digitais?
Serão conscientes, nossas parceiras ou nossas rivais?
Quais as implicações sociais, económicas, legais e éticas?
Questões complexas, que este livro aborda e tenta responder.
Arlindo Oliveira doutorou-se em Engenharia Eletrotécnica e Ciências da Computação (EECS) pela Universidade da Califórnia em Berkeley, em 1994. Desde então, é Professor do Departamento de Engenharia Informática do Instituto Superior Técnico, onde tem desenvolvido trabalho no contexto de sistemas digitais, síntese lógica, algoritmia, aprendizagem automática e bioinformática.