Insigne cientista e engenheiro, Manuel Rocha desenvolveu um vasto leque de atividades nos campos da investigação, do ensino, da consultoria, do associativismo profissional e a nível governamental. De entre todas as funções que desempenhou, foi no LNEC, em particular como seu Diretor, entre 1954 e 1974, que as suas qualidades se revelaram particularmente profícuas, podendo mesmo afirmar-se que o LNEC é a sua “obra-prima”.
Apesar de a obra de Manuel Rocha já ter sido abordada em diferentes tipos de textos e por vários autores, por ocasião do centenário do seu nascimento, pareceu oportuno editar um livro que se debruçasse mais profundamente sobre o seu papel no início da atividade do LNEC e, posteriormente, na consolidação e desenvolvimento da instituição. De facto, embora indiscutivelmente reconhecida, pareceu-nos que ainda não havia sido suficientemente tratada a profunda influência que Manuel Rocha exerceu sobre o LNEC e que ainda hoje se faz sentir.
Para desenvolver este trabalho foi endereçado um convite a um prestigiado investigador do LNEC, também um servidor incansável da instituição, que, apesar de ter convivido profissionalmente durante bastantes anos com Manuel Rocha, teve uma atividade científica relativamente afastada, por serem outras as áreas científicas em que desenvolveu a sua atividade. Este facto permitiria uma visão mais desapaixonada sobre aquilo que se pretendia deste texto: um sublinhado especial sobre a intervenção de Manuel Rocha na direção e organização do LNEC e nas profundas marcas que nele deixou.
Felizmente, apesar de alguma hesitação, José Vasconcelos Paiva aceitou este enorme desafio e ficamos todos com mais uma obra sobre Manuel Rocha, de inegável qualidade e profundidade, que certamente ajudará a compreender o que é hoje o LNEC e, mais do que isso, permitirá solidificar o futuro de uma instituição de excelência a nível mundial.
Prefácio – Carlos Pina