Kaluptein: palavra de origem grega que significa cobrir.
Das Polaroids coloridas iniciais, as fotografias de Kaluptein transformaram-se em imagens veladas. O autor cobriu-as, literalmente, de negro.
Carlos Miguel Fernandes imprimiu ao Anfiteatro (construção arquitectónica ao ar livre em redor de uma arena, outrora destinada a combates de gladiadores e feras) uma atmosfera solitária, obscura, quase fantasma. Só os desníveis dos degraus, submersos no negrume, animam a penumbra.
Este é o produto do seu único trabalho efectuado em Lisboa, no bairro onde cresceu e que viu crescer. Em projectos anteriores, resultados de viagens, o autor tinha já tornado escuras todas as suas visões, mas em Kaluptein desvela-se o nigérrimo.
Carlos Miguel Fernandes nasceu em Luanda em 1973 e vive em Lisboa desde 1975. Estudou fotografia no Ar.Co, Escola de Arte e Comunicação Visual, em Lisboa (1994-96). É licenciado (1998) e mestre (2002) em Engenharia Electrotécnica e de Computadores, pelo Instituto Superior Técnico, e frequenta actualmente o programa de doutoramento na mesma área e instituição. Foi docente do Instituto Politécnico de Setúbal entre 2001 e 2005.
Tem participado em várias exposições, das quais se destacam as colectivas Engenhos e Visões (Instituto Cervantes, Lisboa, 2001) e Premiados da VI Bienal de Fotografia da Moita (Biblioteca Municipal Bento de Jesus Caraça, Moita, 2004), e as individuais Kaluptein (Espaço à P’Arte, Lisboa, 2001) e Mittel/Europa (Ministério das Finanças, Lisboa, 2006).