Trata-se de uma produção baseada em acções de reabilitação, de transformação, de reutilização de estruturas que sempre funcionam como mote para a metamorfose. Reutilização de estruturas que sempre funcionam como mote para a metamorfose.
JMR procura compreender o invisível, desvendar o sentido dos fragmentos que sempre existem, entender a cultura autóctone do construir, para reflectir com a humildade e a erudição poéticas nas aproximações à obra, afinal sempre nova, realizada com a mesma lógica e delicado equilíbrio entre o neutro e o excepcional.
De facto, JMR tem respondido minoritariamente a encomendas de reabilitação. E o mais interessante, é o facto de trabalhar sobre o existente desenvolvendo um singular e quase íntimo sortilégio sobre o que existe para criar, tenazmente o novo.
JMR tem desenvolvido o privilégio de exercer o acto de reabilitar respondendo a uma grande diversidade de programas e pré-existências. Da reabilitação de uma arquitectura erudita, à reabilitação de uma construção sem tempo, da reabilitação de estruturas industriais, a uma reabilitação feita surpreendentemente através de obra nova, a produção de JMR é surpreendentemente e insistentemente tão poética quanto rigorosa tão vital quanto excepcional.
João Mendes Ribeiro