ITE 5 - Geometria na insolação de edifícios

O presente trabalho tem por objectivo divulgar algumas técnicas de recolha de informação sobre as condições de insolação de edifícios limitadas aos aspectos que se relacionam apenas com a posição do Sol acima do horizonte e sem entrar em consideração, em termos quantitativos, com as disponibilidades de radiação directa e difusa no local de implantação.
No primeiro capítulo recordam-se conhecimentos relativos à definição da posição e movimentos aparentes do Sol na esfera celeste e à expressão do tempo em horas solares verdadeiras e em horas legais. O tratamento destas matérias limita-se ao que se considera suficiente para fundamentar o processo de construção e modo de utilizar os instrumentos auxiliares de estudo de problemas de geometria da insolação de edifícios.
No segundo capítulo apresentam-se cartas solares e transferidores – que permitem a recolha da informação desejada a partir de simples traçados sobre esquemas de implantação ou peças desenhadas de edifícios –, bem como quadrantes solares e simuladores solares – que permitem regular a iluminação de modelos segundo direcções idênticas às dos raios solares a diversas horas de diferentes dias do ano e, consequentemente, recolher, por observação directa, o mesmo tipo de informação. Dos diversos modelos de cartas solares, transferidores, quadrantes solares e simuladores solares referidos na bibliografia da especialidade dá-se apenas um breve apontamento, mas tratam-se com particular detalhe os instrumentos auxiliares de estudo disponíveis no LNEC. Em anexo, juntam-se cartas solares para Portugal metropolitano e para as províncias de Angola e Moçambique, transferidores para determinação das coordenadas horizontais do Sol, dos ângulos de sombra e dos ângulos de incidência solar sobre superfícies horizontais, verticais e inclinadas a 25° e uma planificação que permite a construção de um quadrante solar local para qualquer latitude.
No terceiro e último capítulo indica-se, através de exemplos de aplicação, como utilizar os instrumentos acima referidos no traçado das sombras projectadas por edifício sobre o terreno e construção vizinhos, na determinação do tempo de insolação de fachadas, na caracterização geométrica da protecção assegurada por dispositivos quebra-sol e na descrição do modo como se reparte a radiação solar incidente, em cada instante, nos paramentos exteriores da envolvente dos edifícios.