Na saúde, em Portugal, tem-se optado por sucessivas e frustradas tentativas de mera reestruturação, levadas a cabo sob a forma de navegação à vista e de curto-termismo, impostos pelas agendas políticas e com a pretensão de, assim, se combater a conjuntura depressiva, o generalizado desânimo no sector e no utente e o permanente constrangimento orçamental.
É por de mais evidente que chegou o momento de uma efectiva refundação transformacional na gestão da saúde em Portugal, pelo retorno à centralidade dos serviços e unidades estratégicas do sistema, que são, verdadeiramente, a sua base, sustento e núcleo de desenvolvimento – onde, em suma, se constrói o efectivo acrescento de valor dos activos investidos.
Os profissionais da saúde também não podem abdicar ou serem substituídos na inquestionável e pró-activa liderança desse processo.
São eles – e só eles! – que podem contrariar com eficácia o asfixiante centralismo burocrático, que não consegue ser igual e equitativamente eficaz no desenho e implementação do modelo de planeamento estratégico aplicável a todos e a cada um dos seus serviços e unidades nucleares.
Há, também, que acabar com a permanente e actual confusão entre a economia da saúde e a gestão na saúde. Assumir, responsavelmente, o princípio da subsidiariedade da gestão na saúde é exigir visão estratégica, competência, determinação, humildade e bom senso no exercício da liderança; aceitar o risco do empreendedorismo organizacional e conhecer as regras para motivar e co-responsabilizar os seus recursos humanos disponíveis.
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MÁRIO JORGE CARVALHO, é licenciado em Economia (UP) com pósgraduação em Finanças e Estratégia Empresariais, Consultor e Formador em Gestão.
Foi director na Banca Nacional e Internacional durante 25 anos, presidente do Conselho de Administração dos Portos do Douro e Leixões e administrador delegado e executivo do Hospital São João.
É o autor do livro "Banca e Banqueiros Globais - Vinte Anos de Estratégia Bancária" (2000).
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