As linhas de fronteira são um requisito fundamental para a existência de um estado e para o exercício da soberania. A definição das actuais fronteiras internacionais é o resultado de processos de constituição dos estados, envolvendo aspectos relativos à História, ao Direito e à Antropologia que convergem para uma descrição geográfica da linha de fronteira. Partindo dos conceitos que definem o tema das fronteiras terrestres, esta obra contém, ainda, enquanto aplicação, um registo do processo de demarcação da fronteira de Timor-Leste, interessante para uma memória histórica do processo de consolidação da independência deste país. Destina-se a investigadores e a profissionais nos domínios da Engenharia Geográfica e da Geografia, podendo ser útil a profissionais de outros domínios que tenham intervenção em processos de delineamento de linhas de fronteira. Este trabalho foi galardoado com o Prémio Internacional Gago Coutinho 2008, atribuído pela Sociedade de Geografia de Lisboa. Texto de apresentação e livro escritos ao abrigo da antiga ortografia. · Fronteiras terrestres internacionais · Estabelecimento de uma fronteira · Disputas fronteiriças · Descrições existentes para linhas de fronteiras e elementos para interpretação dessas descrições · Definição de linha de fronteira no contexto actual · Modelo de dados para apoio à gestão da fronteira · Elementos de análise da zona de fronteira para apoio à sua gestão · Modelação com redes neuronais · Desenvolvimento histórico da fronteira terrestre de Timor-Leste · Documentação histórica · Cronologia das actividades · Orientações seguidas no processo de demarcação · Aspectos técnicos fundamentais · Situações de desacordo · Descrição da fronteira
João Matos Engenheiro Geógrafo e Doutor em Engenharia do Território pela Universidade Técnica de Lisboa, sendo actualmente assessor do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste, na qualidade de responsável técnico pelo trabalho de delineamento e de demarcação da fronteira terrestre que iniciou em 2001. Foi Professor Associado no Instituto Superior Técnico (IST), onde coordenou o Mestrado em Sistemas de Informação Geográfica e um grupo de investigação no Instituto de Engenharia de Estruturas, Território e Construção (ICIST). Da sua actividade profissional destaca-se, ainda, o desenvolvimento de trabalhos no domínio da Engenharia do Território em Angola. No âmbito da actividade socioprofissional, assumiu, entre 2001 e 2007, o cargo de Presidente do Colégio de Engenharia Geográfica e participou activamente, desde 1997, nos trabalhos de normalização de informação geográfica na ISO/TC211, onde colaborou no desenvolvimento das normas de qualidade e coordenou o desenvolvimento da norma de especificação para produtos de dados geográficos.