Os vinhos espumantes constituem uma classe de vinho sui generis e de enorme singularidade, caracterizados por determinadas propriedades de natureza físico-química, que os tornam extremamente versáteis no que diz respeito ao seu consumo. Estes podem ser consumidos muito simplesmente como um welcome drink ou proporcionarem uma experiência sensorial desafiante e única, como acontece no caso dos espumantes com vários anos de envelhecimento em cave, plenos de riqueza e complexidade.
Fundamentalmente rotulados como vinhos associados a momentos de celebração, há hoje, fruto do trabalho dos produtores, dos sommeliers e da imprensa especializada, uma crescente tendência para o consumo deste vinho associado a momentos gastronómicos, nos quais se inclui o seu “casamento” com diversos pratos. Também a evolução do palato do consumidor, associada a uma alteração das suas preferências e convicções, contribuíram para a metamorfose do mercado global dos vinhos espumantes ao longo dos últimos vinte anos.
Os vinhos espumantes podem ser produzidos mediante diversas técnicas, de carácter mais empírico ou de carácter mais cartesiano, de forma mais artesanal, ou de forma mais industrial. Neste livro são abordados os diversos aspetos e etapas no que diz respeito à elaboração de espumantes segundo o método clássico, sempre com uma interpretação muito pessoal do autor, e cujos melhores exemplares são aclamados em todo o globo terrestre e glorificados pelos mais exigentes apreciadores.
Apresenta-se igualmente uma perspetiva técnica no intuito de demonstrar aos apaixonados pelos vinhos espumantes, principiantes ou iniciados, que a arte que captura a magia da efervescência não é produto de uma repentina flamula de inspiração, tratando-se, pelo contrário, de um processo que decorre de séculos de estudo sobre a mecânica da fermentação, bem como do ensaio de a controlar e de eventualmente a dominar.
Pedro Guedes
Concluiu em 2002 a Licenciatura em Enologia na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real. Desde essa altura, e até hoje, passou a integrar a equipa de enologia das Caves Transmontanas, contribuindo para a criação dos espumantes Vértice. Em 2005, viajou para a região de Margaret River, na Austrália, no intuito de alargar os seus conhecimentos e absorver novas formas de pensar a enologia. Durante essa vindima, a sua casa foi a Pierro Vineyards, em Wiliabrup. O ano de 2006 culminou com a conclusão do Mestrado em Microbiologia Molecular na Universidade de Aveiro.
Desde 2015 que é também o responsável pela criação dos vinhos Fingerprint.