Este trabalho apresentado pela Autora, situa-se precisamente na fronteira entre as recentes ciências da Enfermagem e as Ciências da Educação tendo caracteristicas originais que importa sublinhar. Dá relevo à preocupação em situar, do ponto de vista histórico, a construção social da profissão de enfermeiro e as diferentes formas que foi assumindo a formação dos enfermeiros, desde a aprendizagem da arte de partejar à Licenciatura em enfermagem.
O acesso a um nível de ensino superior exige à autora uma reflexão sobre as suas opções epistemológicas, mas também sobre as condições politico-sociais do exercicío da profissão de docente e/ou formador.
A metodologia de pesquisa, qualitativa, assentando em entrevistas, observação e, sobretudol na análise de diários de bordo dos estudantes em formação teórica e estágio propõe um terreno de avaliação da formação que permite também o reconhecer o "outro" como o autor da sua própria formação, capaz de reflectir criticamente sobre esta e de partilhar com o formador os processos da alteração.
Entre o intencionalmente polémico e o intencionalmente formativo este apresenta-nos várias propostas de reflexão crítica sobre as implicações da formação em enfermagem na identidade profissional dos enfermeiros.
Olga Fernandes. Enfermeira, Professora-Coordenadora na Escola Superior de Enfermagem do Porto.