“Em “Costurando as Linhas da Psicopatologia Borderland”, o autor propõe-nos um modelo teórico original sobre a patologia borderline e através da descrição minuciosa de casos clínicos dá suporte e desenvolve o seu modelo teórico e as consequentes modificações à técnica. (...) Neste livro trabalha-se sobre o que une e separa os territórios ou organizações do funcionamento mental a partir do vertex mais difícil: o da construção/desconstrução da cadeia simbólica, da formação/organização do pensamento e do não-pensamento e da relação entre percepção e pensamento. Num primeiro momento o autor convida-nos e uma reflexão aprofundada sobre as partes neurótica e psicótica da personalidade. Depois apresenta-nos magistralmente o seu pensamento sobre a patologia dos estados limite ao propor-nos uma outra formulação, que designa borderland. Através do trabalho exigente da escrita, Carlos Amaral Dias, continua a oferecer-nos através dos seus livros e artigos, respostas provisórias mas essenciais, a partir das quais podemos continuar a pensar sobre aquilo que nos interessa: o “por dentro” do ser humano, a sua misteriosa actividade mental.” Do prefácio, Manuela Fleming
Carlos Amaral Dias
Psicanalista e professor catedrático português, Carlos Augusto Amaral Dias nasceu em 1946, em Coimbra. Formou-se na Universidade de Coimbra, em Medicina, e mais tarde especializou-se em Psiquiatria.
Em 1981, apresenta a sua dissertação de Doutoramento em Coimbra, com o tema "A influência relativa dos fatores psicológicos e sociais no evolutivo toxicómano".
Neste trabalho, o autor estuda a influência dos fatores psicológicos e sociais na toxicomania, com base num conjunto de variáveis demográficas colhidas numa perspetiva psicossocial.
É Diretor do Instituto Superior Miguel Torga e Professor Catedrático da cadeira de Psiquiatria Dinâmica na Universidade de Coimbra, na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra e da cadeira de Psicopatologia no Instituto Superior de Psicologia Aplicada, em Lisboa, onde orienta teses de mestrado em Psicopatologia.
É vice-presidente da Academia Internacional de Psicologia e coordenador do Nusiaf, núcleo de seguimento infantil e ação familiar, que faz parte da Faculdade de Psicologia e Ciências de Educação da Universidade de Coimbra.
Teve um programa na rádio TSF, todos os sábados, intitulado "Esta inquietante estranheza" sobre variados temas atuais e foi fundador e diretor da Revista Portuguesa de Psicanálise, publicada duas vezes por ano. Foi também presidente da Sociedade Portuguesa de Psicanálise e é o atual presidente da Sociedade Portuguesa de Psicodrama Psicanalítico de Grupo.
Deu conferências em Roma, Paris, Barcelona, Madrid, S. Paulo, Nova Iorque, etc. e colabora com algumas universidades, nomeadamente as de Wisconsin e de Porto Alegre.
O problema da toxicodependência é um dos temas principais da sua investigação. Acredita que o problema da "droga" está indiscutivelmente ligado à adolescência e à vivência juvenil. O valor "real" ou "fantasmático" das perturbações familiares, a atitude dos pais face à toxicodependência do filho, o estatuto socioeconómico e a mobilidade geográfica da família, parecem desempenhar um papel decisivo no tipo de drogas preferidas.
Os seus referenciais de interesse científico e de investigação são a psicanálise, a psicologia clínica, a psicopatologia do funcionamento mental, a toxicodependência e a investigação sobre a Psicose.
Publica desde 1979 e já escreveu diversos artigos para a revista Medicina, para a Revista Portuguesa de Psicanálise, Análise Psicológica, revista O Médico, Jornal O Médico, Revista Portuguesa de Pedagogia, etc. Editou diversos livros, nomeadamente: (A) re-pensar: colectânea psicanalítica, Espaço e relação terapêutica, Para uma psicanálise da relação e Freud para além de Freud. Foi revisor científico da edição portuguesa do Dicionário de Psicanálise, dos autores Elisabeth Roudinesco e Michel Plas, publicado em 2000.