O Interesse e a discussão sobre a Espiritualidade, enquanto dimensão do ser humano que se pretende assistir de forma holística, não são novos na área da saúde. O que é novidade é a investigação científica, rigorosa e produtiva, nesta área. Muitos são os estudos sobre as necessidades espirituais, sobre a relação entre espiritualidade e o sentido atribuído à doença, até mesmo sobre a sua influência nos resultados obtidos pelos tratamentos. Isto é, ninguém hoje, no mundo da saúde e da academia, duvida que a dimensão espiritual influencia a capacidade do ser humano atribuir sentido e lidar com o sofrimento de modo a ultrapassar situações de doença, cujos resultados muitas vezes surpreendem os próprios profissionais. E ninguém se espanta com os estudos que demonstram que o sofrimento espiritual é muito prevalente na doença, sobretudo na doença grave e avançada; e, pela investigação científica, sabemos também que o sofrimento espiritual está associado a baixa qualidade de vida, a desespero ou a perda de esperança e, no fim de vida a pedidos de suicídio assistido e à insatisfação dos doentes, e dos seus familiares, com os cuidados prestados nos contextos de saúde.
Ana Paula