Quando um fenómeno disruptivo abala a ordem social, seja ele de origem natural ou humana, e o sistema não tem capacidade para o resolver de forma autónoma, encontramo-nos perante um cenário de crise, tipicamente gerador de estados de turbulência, instabilidade e imprevisibilidade. Em zonas densamente povoadas, nomeadamente nas cidades, o impacto de uma crise torna-se proporcionalmente avassalador, com os seus efeitos a fazerem-se sentir na população sob a forma de ansiedade, medo e irracionalidade.
Em consequência, os efeitos de destruição e degradação propagam-se aos sistemas, sejam eles políticos, sociais, económicos ou mesmo de segurança, num fluxo contínuo inerente à própria evolução da crise. Instala-se o caos urbano. Proliferam os comportamentos subversivos – mais como produtos da evolução da crise do que como a sua causa – e, a par deles, emergem questões que requerem resposta igualmente pronta.
Como se deverá intervir?
Quem deverá assumir a gestão da crise, travando ou minimizando os efeitos de caos?
Poderá este papel adotar simultaneamente uma vertente preventiva e outra prospetiva?
Partindo de um modelo teórico de evolução da crise, e através da sua aplicação na análise exaustiva de diversos exemplos de crise contemporâneos, este livro apresenta o Estado como a entidade acertada para assumir essa responsabilidade. Ao adotar uma posição preponderante na gestão de crise e caos urbano baseada em estratégias de intervenção delineadas a priori, o Estado deverá ter a capacidade para controlar o impacto destes fenómenos na sociedade, utilizando-os em seu proveito como catalisadores na promoção da coesão social e na manutenção do status quo.
Este livro traz-nos uma nova perspetiva sobre modelos prospetivos que, tornando-se ferramentas ao serviço das Ciências Sociais, lhes conferem maior utilidade na sociedade.
Com Prefácio do General Pinto Ramalho
Livro segundo o novo Acordo Ortográfico
1. Considerações sobre a Teoria do Caos Urbano
António de Sousa Lara
1.1. Ordo Ab Chao
1.2. As Milícias Populares
1.3. A Conflitualidade do Novo Lúmpen como Forma de Relação Social
1.4. Caos Urbano: da teoria ao verão de 2011
1.4.1. Os Massacres de Anders Breivik
1.4.2. O Gadgetlumpen Ataca o Reino Unido
1.5. A Falta de Informações sobre as Situações Concretas e a Falta de Uma Política de Regime
1.5.1. A Inutilidade Prospetiva Habitual das Ciências Sociais e Políticas
1.5.2. Processos de Canibalização das Religiões na criação de Novas Ideologias de Massas
1.5.3. Outras Alternativas Ideológicas
1.6. Os Fins do Estado e a Crise Económica
1.7. Das Guerras Inúteis às Guerras Caras
1.8. A Reprivatização da Guerra e da Segurança Nacional
1.9. Um Macrossistema Insustentável
1.10. A Metamorfose do Presente a partir da Crise da Economia
1.11. Realismo Político, Política Internacional e Subversão: o caso da Líbia de Khadafi e a doutrina ocidental emergente
1.12. Fervura, Ebulição e Saturação aplicadas à Política
Bibliografia
2. A Crise
Pedro Ferreira da Silva
2.1. Introdução
2.2. O Conceito de Crise
2.3. As Dimensões da Crise
2.4. Conclusão
Bibliografia
3. Breve Reflexão sobre o Caos
Carlos Carreira
3.1. Introdução
3.1.1. Átrio
3.1.1.1. Sobre o Caos
3.1.2. O Objeto de Estudo e a Problemática em Análise
3.1.3. Metodologia e Parâmetros Epistemológicos de Análise
3.1.4. Organização do Trabalho
3.1.5. Bibliografia
3.1.5.1. O Caos
3.1.5.2. O Fator “i” e a Teoria da Incerteza de Heisenberg
3.2. Conclusão
Bibliografia
4. O Modelo Teórico do Desenvolvimento da Crise
Teresa de Almeida e Silva
Pedro Ferreira da Silva
4.1. Introdução
4.2. Anteriores Tentativas de Caracterização
4.3. Modelo de Evolução da Crise
4.3.1. Time Zero
4.3.2. Fase de Entreajuda
4.3.3. Fase das Pilhagens Aleatórias
4.3.4. Constituição de Gangues Armados
4.3.5. Subversão Generalizada
4.3.6. Falhanço do Estado
4.4. Debate do Modelo
4.5. ConclusãoBibliografia
5. Casos de Estudo – Análise do Modelo em Crises no Século XXI
Teresa de Almeida e Silva
Pedro Ferreira da Silva
5.1. Introdução
5.2. Apresentação dos Casos de Estudo
5.2.1. Tsunami do Índico (26 de dezembro de 2004)
5.2.2. Sismo no Haiti (12 de janeiro de 2010)
5.2.3. Sismo e Tsunami no Japão (11 de março de 2011)
5.2.4. Guerra no Iraque (2003)
5.2.5. Egito (25 de janeiro a 11 de fevereiro de 2011)
5.2.6. Líbia (fevereiro a outubro de 2011)
5.3. Conclusão
Bibliografia
6. Violência Urbana (Tópicos para a construção de um Early Warning System)
Heitor Barras Romana
Bibliografia
7. Políticas de Segurança – Desafios e Rumos
Pedro Clemente
7.1. Políticas de Segurança
7.2. Democracia e Mercado – Erupção da Crise
7.3. Portugal – Da Crise à Oportunidade
7.4. Nova Agenda de Segurança – Impulso Reformista
7.5. Segurança – Uma Liberdade Republicana
7.6. Controlo Social – A Agência Policial
7.7. Ordem e Segurança
7.8. Cidade – Sonho de Liberdade e Segurança
7.9. Prevenção – A Primeira Segurança
7.10. Mandato Policial
7.11. Da Força Pública
7.12. Estratégias Policiais de Prevenção
7.13. Informações de Polícia – Da Previsão à Ação
7.14. Segurança Privada
7.15. A Lição de Nova Iorque
7.16. Insucesso do Policiamento de Proximidade – A Lição Francesa
7.17. Milícias Populares
Bibliografia
8. O Paradigma Securitário versus a Investigação Criminal no Estado de Direito Democrático
Rogério Jóia
8.1. Introdução
8.2. O Caos Urbano
8.3. Resumindo
Bibliografia
9. Educação, Coesão Social e Segurança Pública – O Impacto na Crise e no Caos
José Antunes Fernandes
9.1. Introdução
9.2. O Contributo da Educação para a Coesão Social
9.3. A Indispensabilidade da Infraestrutura Educacional face à Deterioração Económica
9.4. A Coesão Social e o Desenvolvimento
9.5. Novos Desafios – A Ética da Cooperação como Fundamento da Coesão Social
9.6. A Coesão Social e a Segurança Pública
9.7. Os Efeitos do Sentimento de Insegurança sobre a Coesão Social
9.8. A Coesão Interna das Forças de Segurança em Tempo de Crise
9.9. Conclusão
Bibliografia
Coordenação:
António de Sousa Lara
Professor Catedrático do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP).
Coautoria:
Carlos Carreira
Mestre pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP); Doutorando no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP); Tenente-Coronel da Guarda Nacional Republicana (GNR).
Heitor Barras Romana
Professor Associado do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP).
José Antunes Fernandes
Doutor pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP); Investigador do Centro de Administração e Políticas Públicas (CAPP); Subintendente da Polícia de Segurança Pública (PSP).
Pedro Clemente
Doutor pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP); Investigador do Centro de Administração e Políticas Públicas (CAPP); Superintendente da PSP.
Pedro Ferreira da Silva
Major de Artilharia do Exército Português; Docente da Área de Ensino de Estratégia do Instituto de Estudos Superiores Militares (IESM); Doutor pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP); Docente convidado do ISCSP e no ISLA; Investigador Integrado do Centro de Administração e Políticas Públicas (CAPP), do CINAMIL e do Observatório Político.
Rogério Jóia
Mestre, Doutorando no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP); Docente convidado do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP); Investigador do Centro de Administração e Políticas Públicas (CAPP); Inspetor da Polícia Judiciária.
Teresa de Almeida e Silva
Professora Auxiliar do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP).