O LIVRO. A crise desta cidade e o seu abandono pela população tem datas e razões objectivas que comprovam a desatenção, a inércia e a tolerância para com políticas (ou falta delas) que conduziram ao declínio e quase auto-implosão do Porto. Directa ou indirectamente, inúmeras crónicas deste livro expressam a preocupação (e a atenção, misturada com um sentimento de revolta e frustração) votada ao assunto. Aqui ficam a cidade e a sua gente. A minha gente. Com os seus sonhos activos e alguns dos seus sonhos traídos. Expectativas projectadas no amanhã e celebração do passado quando vale a pena e tem sentido evocá- lo. Com o coração ao pé da boca, como convém a um apaixonado pelo quotidiano, estas são as crónicas de um tripeiro que recusa – mesmo nos anos de chumbo que o Porto atravessou – a indiferença e, ainda mais, a apatia.
Helder Pacheco é natural da Vitória, Porto. Professor de História Social e Cultural do Porto. Investigador das culturas populares urbanas e escritor. Cronista do Jornal de Notícias. Autor de ensaios e estudos sobre Património Cultural editados em jornais e revistas de todo o país.