(...) A obra que o leitor tem entre as mãos é considerada pelos críticos modernos como das mais fidedignas da Antiguidade tanto mais que o autor foi testemunha e interveniente dos factos.
(...) E também dos mais controversos: muitos dos historiadores judeus antigos não o citam enquanto os historiadores cristãos adularam-no ao ponto de o colocarem em paralelo com os últimos Livros da Bíblia, os dois Livros dos Macabeus, a partir dos quais começa esta Guerra dos Judeus contra os Romanos. Eruditos cristãos há que até o consideram o «Quinto Evangelho».
(...) Flávio Josefo fascina tanto pela precisão dos relatos e pela exata descrição do heroísmo dos resistentes e sitiados como pela tendência em negar o direito ao território destes últimos.
(...) Esta Guerra dos Judeus Contra os Romanos não é apenas um livro sobre massacres de aldeias e cidades resistentes. Perpassa por estes relatos o desespero de um povo que ia perder definitivamente o poder sobre o seu território.
Moisés Espírito Santo
(do prefácio)
A narrativa de Josefo de uma guerra marcada pela traição e atrocidade é um relato detalhado da rebelião judaica contra Roma entre os anos 66 e 70 d.C. Originalmente um líder rebelde, Josefo mudou de lado depois de ter sido capturado, tornando-se um negociador romano, ficando assim numa posição excelente para observar os eventos desde o cerco de Jerusalém até à resistência heroica e suicídio coletivo em Massada. O seu relato fornece muito do que sabemos acerca da história dos judeus sob domínio romano, com descrições vívidas de figuras chave como o imperador Vespasiano e Herodes, o Grande.
Flávio Josefo