A publicação deste livro tem o propósito de dar voz à experiência vivida dos enfermeiros que cuidaram de famílias da pessoa em situação critica e através dela desocultar o cuidado de enfermagem. A palavra é um gesto de presença: “a partir do momento em que o homem se serve da linguagem para estabelecer uma relação viva consigo próprio ou com os seus semelhantes, a linguagem não é mais um instrumento, não é mais um meio, é uma manifestação, uma revelação do ser íntimo e do elo psíquico que nos une ao mundo e aos nossos semelhantes” (Merleau-Ponty, 1945). (…)
O cuidado de enfermagem à família da pessoa em situação crítica que emerge deste trabalho é um modo de ser com-outrem que envolve um conjunto de dimensões: sentir-se responsável pela família; acolher a família; hospedar a família no serviço de urgência; estar, plenamente, presente; aconchegar no sofrimento; dançar, numa situação-limite, com a família; confortar com a informação; deixar-se tocar pela vivência da família.
Perante a complexidade do sofrimento da pessoa em situação critica e da sua família os enfermeiros assumem uma atitude ética: ser presente. (…)
Este livro interessa a todos os profissionais de saúde e particularmente aos que se interessam pelo campo de estudo da experiência vivida e da investigação fenomenológica.
Maria Antónia Rebelo Botelho
Florinda Galinha de Sá