"A proposta de livro apresentada sobre o título A Cortiça tem objectivos e estrutura abrangentes de duas orientações: a de fixar e actualizar matérias já conhecidas sobre o produto natural da Quercus suber e a de fazer um tratamento coerente de outros temas para o seu melhor conhecimento que resultam predominantemente do trabalho de investigação científica desenvolvido desde há alguns anos pelo grupo em que os autores se destacam.
(…) Considero ser de relevar, e portanto reconhecer de grande interesse, a intenção de produzir um texto que estabelece uma estrutura e faz o enquadramento e explanação técnico-científica das matérias com vista a apresentação e benefício dum público não exclusivamente especializado. É neste sentido, pela base de qualidade e segurança científica, e o bom desenvolvimento do texto, em termos de qualidade de leitura, uma produção conseguida. Para além disso, acresce a utilidade do texto na sua oportunidade em proporcionar uma visão integrada dum produto natural de tanta importância económica em Portugal, e sobre o qual não se dispõe a este nível de qualquer publicação semelhante."
António Monteiro Alves
Professor Catedrático de Economia Florestal (UTL/ISA)
PREFÁCIO
Capítulo 1. O SOBREIRO E A PRODUÇÃO DE CORTIÇA
1.1. O sobreiro
1.2. A cortiça
1.3. O descortiçamento
1.4. A produção de cortiça
Bibliografia
Capítulo 2. A FORMAÇÃO E O CRESCIMENTO DA CORTIÇA
2.1. A epiderme e a periderme nas plantas
2.2. A formação da cortiça
2.3. A regeneração da cortiça após o descortiçamento
2.4. O crescimento da cortiça
Bibliografia
Capítulo 3. A ESTRUTURA DA CORTIÇA
3.1. As células na cortiça
3.2. A cortiça e os materiais celulares
3.3. A constituição das paredes celulares
3.4. A estrutura celular da cortiça
3.4.1. Direcções e secções principais
3.4.2. As células e a estrutura simplificada
3.4.3. A estrutura real
(a) Observação da estrutura
(b) Secção tangencial
(c) Secções transversal e radial
(d) Dimensões das células
Bibliografia
Capítulo 4. CONSTITUIÇÃO QUÍMICA DA CORTIÇA
4.1. A composição química da cortiça
4.2. A suberina
4.2.1. Composição monomérica
4.2.2. Estrutura molecular
4.3. A lenhina
4.3.1. Composição monomérica
4.3.2. Estrutura macromolecular
4.4. A celulose e as hemiceluloses
4.4.1. A celulose
4.4.2. As hemiceluloses
4.5. Os extractivos
4.6. Os componentes inorgânicos
4.7. Os métodos de análise química da cortiça
4.7.1. Análise química sumativa
4.7.2. Caracterização química por espectroscopia de infravermelho
4.7.3. Outros métodos de caracterização
BibliografiaCapítulo 5. A QUALIDADE DA CORTIÇA
5.1. A porosidade
5.2. O bofe
5.3. O verde
5.4. O enguiado da costa
5.5. Outros defeitos
5.6. A qualidade comercial
Bibliografia
Capítulo 6. COMPORTAMENTO EM COMPRESSÃO DA CORTIÇA
6.1. Ensaios de compressão
6.2. As regiões das curvas de compressão
6.3. Deformação elástica
6.3.1. Módulo de Young em direcções não-radiais
6.3.2. Módulo de Young na direcção radial
6.3.3. Efeito dos anéis de crescimento nos módulos de Young
6.3.4. Coeficientes de Poisson
6.3.5. Módulos de distorção
6.3.6. Constantes elásticas independentes e a lei de Hooke
6.4. Colapso das células
6.5. Esmagamento das células (densificação)
6.6. Efeito do ar no interior das células
6.7. Efeito da velocidade de deformação
6.8. Efeito dos canais lenticulares
6.9. Recuperação de dimensões após compressão
6.10. Relaxação de tensão
6.11. Fluência em compressão
6.12. Compressão hidrostática
6.13. Compressão em impacto
6.14. Efeito do teor de humidade
6.14.1. Efeito na resistência à compressão e na recuperação de dimensões
6.14.2. Efeito na relaxação de tensão
Bibliografia
Capítulo 7. COMPORTAMENTO EM TRACÇÃO, FRACTURA E TORÇÃO
7.1. Ensaios de tracção
7.2. Curvas de tracção uniaxial
7.3. Mecanismos de deformação em tracção
7.4. Fractura da cortiça
7.4.1. Tenacidade à fractura
7.4.2. Mecanismos de fractura
7.5. Indentação profunda
7.6. Tensões de crescimento
7.6.1. Crescimento do tronco e da cortiça
7.6.2. Estado de tensão na cortiça
7.6.3. Recuperação de dimensões na extracção das pranchas
7.6.4. Efeitos das tensões de crescimento
7.7. Torção
Bibliografia
Capítulo 8. OUTRAS PROPRIEDADES DA CORTIÇA
8.1. Densidade
8.1.1. Dimensões das células
8.1.2. Ondulações das paredes celulares
8.1.3. Canais lenticulares
8.1.4. Densidade das pranchas de cortiça
8.2. Propriedades de superfície
8.2.1. Molhabilidade
8.2.2. Atrito e desgaste
(a) Coeficientes de atrito e taxa de desgaste
(b) Atrito da cortiça
(c) Interpretação dos resultados
(d) Desgaste da cortiça
8.2.3. Tratamentos de superfície
8.3. Propriedades térmicas
8.3.1. Temperatura de transição vítrea
8.3.2. Expansão térmica
8.3.3. Calor específico
8.3.4. Condutividade e difusividade térmica
8.4. Propriedades eléctricas
8.4.1. Propriedades dieléctricas e constante dieléctrica
8.4.2. Constante dieléctrica da cortiça
8.4.3. Relaxações e transformações térmicas na cortiça
8.4.4. Condutividade eléctrica
8.4.5. Campo de disrupção
8.5. Propriedades viscoelásticas
8.5.1. Viscoelasticidade
8.5.2. Ensaios dinâmicos: módulos de elasticidade e factor de perda
8.5.3. Relação dos módulos com o coeficiente m
8.5.4. A viscoelasticidade da cortiça
8.5.5. Aplicações da cortiça como material antivibrático
8.6. Propriedades acústicas
8.6.1. Ondas sonoras
8.6.2. Intensidade das ondas sonoras e impedância acústica
8.6.3. Ondas sonoras e som
8.6.4. Velocidade das ondas sonoras
8.6.5. Absorção do som
8.6.6. Propriedades acústicas dos materiais celulares
8.6.7. Propagação do som em materiais celulares
BibliografiaCapítulo 9. ABSORÇÃO DE ÁGUA, COZEDURA E HUMIDADE DA CORTIÇA
9.1. Absorção de água líquida
9.1.1. Teor de humidade
9.1.2. Cinética da absorção
9.1.3. Variações dimensionais
9.1.4. A Secagem da cortiça após absorção de água
9.1.5. Os mecanismos de absorção de água
9.2. A cozedura da cortiça
9.2.1. Efeito na composição química
9.2.2. Efeito na estrutura
9.2.3. Efeito no comportamento em compressão
9.3. A humidade de equilíbrio da cortiça exposta ao ar
Bibliografia
Capítulo 10. AQUECIMENTO DA CORTIÇA AO AR E EM VAPOR DE ÁGUA
10.1. Análise termogravimétrica
10.2. Aquecimento ao ar
10.2.1. Variações de volume e de massa, e alterações estruturais
10.2.2. Efeito na resistência à compressão
10.3. Aquecimento em vapor de água
Bibliografia
Capítulo 11. OS PRODUTOS DE CORTIÇA
11.1. A indústria da cortiça
11.2. Rolhas de cortiça natural
11.2.1. Preparação das pranchas
11.2.2. Fabrico de rolhas
11.2.3. Classificação das rolhas
11.2.4. Rendimento do fabrico das rolhas
11.3. A rolha como vedante de garrafas
11.3.1. A superfície da rolha
1.3.2. Pressão de aperto
11.3.3. Força de extracção
11.3.4. Estanquicidade da rolha
(a) Ensaios de estanquicidade
(b) Estanquicidade e grau de aperto
(c) Cinética de penetração do líquido
11.4. Produtos de cortiça aglomerada
11.4.1. Aglomerados compostos
(a) Adesivos
(b) Fabrico
(c) Aplicações
11.4.2. Aglomerados puros
11.5. Rolhas compostas
11.6. Compósitos cortiça-borracha
Bibliografia
Índice Remissivo
Manuel Amaral Fortes nasceu em Lisboa em 1938. Licenciou-se em Engenharia Químico-Industrial no Instituto Superior Técnico (I.S.T.) em 1961 e doutorou-se na Universidade de Cambridge em 1968. Depois de um período no Laboratório de Física e Engenharia Nuclear, leccionou na Universidade de Lourenço Marques (Moçambique) disciplinas da área dos Materiais. Foi Assistente do I.S.T. a partir de 1959 e posteriormente (1969) Professor Auxiliar; actualmente é Professor Catedrático. Desempenhou diversas funções de gestão no I.S.T. e colaborou com a Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica e posteriormente com a Fundação para a Ciência e Tecnologia. Recebeu dois prémios científicos (Gulbenkian, 1989 e Boa Esperança, 1994) relativos à sua actividade de investigação na área dos materiais celulares. É autor de cerca de duzentos artigos científicos, publicados em revistas internacionais de Física, Química e Materiais e de diversos textos didácticos.
M. Emília Rosa nasceu em Mértola em 1957. Licenciou-se em Engenharia Metalúrgica no Instituto Superior Técnico (I.S.T.) em 1980 e doutorou-se em Engenharia de Materiais pelo I.S.T. em 1990. É docente do I.S.T. desde 1980, sendo é desde 1993 Professora Associada no Departamento de Engenharia de Materiais. Tem realizado trabalho de investigação em várias áreas, nomeadamente, deformação plástica de materiais, estrutura e propriedades mecânicas de materiais celulares (em particular, a cortiça), espumas e filmes líquidos. Tem participado em vários projectos nacionais e europeus sobre a cortiça. Recebeu em 1989 o Prémio Gulbenkian de Ciência e Tecnologia.
Helena Pereira Professora Catedrática do Instituto Superior de Agronomia (I.S.A.), Universidade Técnica de Lisboa. Coordenadora do Centro de Estudos Florestais. Licenciada em Engenharia Química pelo Instituto Superior Técnico (1972), doutorada pela Universidade de Hamburgo, Alemanha, com especialização em Ciência e Tecnologia da Madeira (1975), agregada na área de Ciências Florestais pelo I.S.A. (1985). O seu trabalho de investigação científica tem sido no domínio da Ciência e Tecnologia dos Produtos Florestais, particularmente sobre a sua estrutura, química e propriedades. Trabalha sobre cortiça e sobreiro desde 1979, tendo publicado sobre este tema mais de 45 artigos em revistas internacionais. Coordenou vários projectos nacionais e europeus de investigação e organizou conferências nacionais e internacionais sobre o sobreiro e a cortiça.